O MotoGP está a ter um arranque de temporada com algumas surpresas e mudanças face aquilo que era antecipado em alguma medida, e é exatamente isso que Rúben Xaus crê que está a acontecer com alguns pilotos.

Xaus é um ex-piloto que chegou a rodar no MotoGP com a Ducati (2004) e com a Yamaha (2005), e em palavras no podcast Dura La Vita, citado pelo Motosan, olhou para o que está a acontecer na categoria e com opiniões bem fortes perante Pedro Acosta e Pecco Bagnaia, traçando um paralelismo entre ambos e como os dois têm algo em comum: ‘Ao Acosta aconteceu-lhe um pouco creio que o mesmo que ao Pecco. Pensou que este ano talvez tudo seria muito mais fácil talvez, porque viu que agora é que lhe entra o Joan Mir’.

O piloto da Honda deu muito trabalho ao da KTM de fábrica no GP da Argentina: ‘Uma luta com Joan Mir toda a corrida, que se lhe dizes no inverno que se vai lutar com Joan Mir para estar em sexto dizem-lhe que lhe estão a contar uma anedota’.

E na atual grelha existe muito talento, e em crescendo, acredita: ‘Eu creio que o nível sobe cada ano, que isto está a crescer cada dia mais, e que o que está a acontecer nesta sociedade, marcou uma pauta que fez com que todos os demais possam acreditar que também podem chegar graças ao Álex Márquez’.

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O início de época de Ai Ogura no MotoGP está a impressionar. Na Argentina, foi desclassificado por uma irregularidade na Aprilia, mas o piloto da Trackhouse cortou a meta em oitavo mostrando um bom ritmo.

Ainda antes desta prestação sólida na Argentina, e com base no quinto posto na Tailândia, Álex Rins (Monster Energy Yamaha) vaticinou sucesso para o rookie:

– Parece que ele não teve muitas dificuldades para entender a moto, para entender a eletrônica. […]. Se ele continuar assim, seguramente um pódio irá chegar em breve.

Depois de ser campeão do Moto2 em 2024, Ogura subiu à categoria rainha aos 24 anos com a Trackhouse. O ceticismo inicial parece ser injustificado com as prestações do piloto neste começo de temporada.

A possibilidade de ir ao pódio está, naturalmente, também dependente da moto. A RS-GP parece ser uma moto relativamente competitiva, mas ainda não se mostrou capaz de quebrar o domínio Ducati na luta pelo top três.

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Joan Mir concluiu o GP da Argentina na nona posição e está feliz por ver um aumento de performance por parte da Honda, o que lhe dá mais vontade de conseguir fazer ainda melhor. No entanto em Termas de Río Hondo nem tudo correu de feição.

O piloto da Honda HRC Castrol olhou para a sua prestação em solo argentino, e lamentou como foi batido, em determinados momentos durante o GP, uma vez que não conseguia colocar em prática um dos aspetos onde é mais capacitado:

– Não consegui defender-me dos outros. Cada vez que chegava à reta, o piloto atrás ultrapassava-me, e depois eu não conseguia atacar nas travagens, que é na verdade o meu ponto forte, mas o meu pneu da frente estava a sobreaquecer.

Com o foco no crescimento, o ex-campeão do mundo (em 2020 com a Suzuki) está focado em tratar dos pontos melhores positivos, para a evolução ser permanente: ‘Precisamos de perceber o que podemos fazer para resolver essa situação. Este ano, consigo ver como sou capaz de lutar, e isso é algo bom, mas como piloto, quero sempre mais’.

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O GP da Argentina de MotoGP parece ter sido a prova definitiva das melhorias da Honda – que, mais uma vez, voltou a ser capaz de lutar entre os dez primeiros.

Johann Zarco (Castrol Honda LCR) voltou a ser o melhor, em sexto depois de se qualificar em terceiro. Joan Mir foi nono, enquanto Luca Marini alcançou o top dez, no melhor começo de época para o construtor em muitos anos.

Uma prestação destacada por Carlo Pernat no site GPOne.com: ‘Diria que é a primeira vez que a Honda põe tantos pilotos no top dez, inclusive três tendo em conta que o [Ai] Ogura foi desclassificado pelo problema de o software não estar regular’.

O empresário de pilotos não tem dúvidas de que a Honda trabalhou particularmente bem, para além de contar com pilotos em boa forma neste momento:

– De todos os construtores, penso que a Honda foi, no geral, o que trabalhou melhor. Estávamos a pensar na Yamaha, mas a Honda tem um Zarco excecional, um Mir excelente e um Marini que está a crescer.

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Jack Miller regressou esta época à Prima Pramac no MotoGP, mas agora como equipa satélite da Yamaha. Está a descobrir a YZR-M1, e neste momento parece um dos pilotos mais bem adaptados à moto.

Questionado sobre se já pôde reunir e falar com os demais pilotos Yamaha, o australiano confirmou, frisando que esse contacto é constante: ‘Em absoluto. Partilhamos a hospitalidade, partilhamos praticamente tudo’.

Segundo Miller, há muito que se fala acerca da moto entre os pilotos do construtor de Iwata, considerando que é quase como se fosse só uma equipa – tal como era a pretensão da Yamaha ao assinar parceria com a Prima Pramac:

– Agora estamos sempre a falar, a discutir diferentes mudanças, a discutir diferentes configurações, coisas assim, ao longo do dia. Se experimentámos algo, ou seja o que for, estamos a falar uns com os outros sobre as mudanças que fizemos, em que direção acreditamos que a moto está a funcionar de forma diferente, e por aí adiante. Sinto que somos uma equipa de quatro pilotos.

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Francesco Bagnaia teve um começo de época complicado no MotoGP, não sendo capaz de lutar com Marc Márquez pelas vitórias na Tailândia e na Argentina. Michele Pirro considera que há que dar tempo ao italiano da Ducati.

Em entrevista ao site GPOne.com, o #51 afirmou: ‘O Pecco nunca foi um piloto capaz de dar tudo no início da época. Penso que é uma característica dele, depois as pistas que encontrou não lhe foram favoráveis. Teremos de esperar um pouco mais’.

Quanto ao desempenho de Marc Márquez, Pirro considera que é o que se poderia esperar de um piloto como o espanhol, sobretudo nesta fase da sua carreira: ‘O Marc, da parte dele, tem um talento incrível e um desejo de redenção, para além de estar na melhor moto, então ele simplesmente faz o que sabe fazer. É claro que de um campeão assim esperas que ele seja capaz de fazer assim tanto’.

No entender do piloto de testes da Ducati, Álex Márquez (BK8 Gresini/Ducati) foi quem realmente surpreendeu. Quanto a Bagnaia, espera que o campeão de 2022 e 2023 reentre na luta: ‘Penso que o Pecco voltará ao jogo em breve. É claro que, até agora, o Marc tem todas as cartas certas para se manter à frente durante todo o campeonato’.

Embora reconheça que Bagnaia pode ter acusado de certa forma a chegada de Marc Márquez, Pirro frisou que o #63 tem o que é preciso para fazer face ao oito vezes campeão do mundo:

– Dizer que ele não sofreu com a presença do Marc é falar muito. O Márquez é, de facto, um dos colegas de equipa mais desconfortáveis que podes ter. No entanto, o Pecco tem todo o talento para ser capaz de o bater e de se aproximar. Claro que alcançar imediatamente quatro vitórias é algo que não é fácil de gerir, em especial por causa da ressonância dada pela imprensa. Contudo, ele tem todas as qualidades úteis, além do apoio da Ducati, para dar a volta por cima. Estou convencido de que dentro de alguns GPs iremos vê-lo do zero e competitivo para lutar pela vitória.

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O GP da Argentina deste ano ficará na história como um dos mais emocionantes dos últimos tempos. Desde ultrapassagens de cortar a respiração até recordes de assistência, Termas de Río Hondo voltou a ser palco de momentos inesquecíveis. Com Marc Márquez (Ducati Lenovo Team) a conquistar uma vitória espetacular, mergulhamos nos números mais impressionantes do fim de semana.

Marc Márquez faz história em Termas de Río Hondo

• Marc Márquez conquistou a sua 64.ª vitória em MotoGP e a quarta no circuito argentino, após os triunfos em 2014, 2016 e 2019.
• Com esta vitória, o piloto espanhol igualou a lenda Ángel Nieto no terceiro lugar da lista de pilotos com mais vitórias em Grandes Prémios em todas as categorias (90 triunfos).
• Pela primeira vez desde 2014, Márquez venceu as duas primeiras corridas da temporada. A última vez que um piloto conseguiu este feito foi Fabio Quartararo em 2020 (GP de Espanha e GP da Andaluzia).
• O #93 tornou-se também o primeiro piloto a alcançar um fim de semana perfeito em dois Grandes Prémios consecutivos, somando pole position, volta mais rápida e vitória tanto na Sprint como na corrida principal.

Domínio absoluto da Ducati

• A Ducati celebrou a sua 19.ª vitória consecutiva em Grandes Prémios. A última marca a conseguir uma sequência semelhante foi a Honda, com 22 vitórias seguidas entre a Malásia em 1997 e o Dutch TT em 1998.
• Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) terminou em 4.º lugar, falhando o pódio pela primeira vez desde a queda no GP de Emília-Romanha no ano passado, interrompendo assim uma sequência de sete pódios consecutivos.
• Bagnaia continua sem um pódio em Termas de Río Hondo, um dos dois circuitos do atual calendário onde já competiu em MotoGP sem subir ao pódio. O outro é Brno.

Mais um pódio para Álex Márquez, e o regresso 1414 dias depois para Franco Morbidelli

• Álex Márquez (BK8 Gresini Racing MotoGP) terminou em 2.º lugar, alcançando pódios consecutivos pela primeira vez desde 2020 (França e Aragão), quando ainda corria pela Honda. Foi o seu sétimo pódio na categoria rainha.
• Franco Morbidelli (Pertamina Enduro VR46 Racing Team) conquistou o terceiro lugar, subindo ao pódio num Grande Prémio pela primeira vez desde Jerez 2021 (há 1414 dias). Este foi o seu primeiro pódio com a Ducati, após ter garantido um pódio na Sprint de San Marino em 2024.

Destaques entre os restantes pilotos

• Fabio Di Giannantonio (Pertamina Enduro VR46 Racing Team) alcançou o 5.º lugar, o seu melhor resultado desde o 4.º posto na Tailândia em 2024, última corrida antes de ser submetido a uma cirurgia ao ombro.
• Johann Zarco (CASTROL Honda LCR) foi 6.º, alcançando o seu melhor resultado desde que se juntou à Honda. Esta foi também a melhor classificação da marca japonesa desde o 6.º lugar de Marc Márquez na Tailândia em 2023.
• A Honda teve um fim de semana positivo, com três pilotos no top 10: Johann Zarco (6.º), Joan Mir (9.º) e Luca Marini (10.º). Foi a primeira vez desde Portugal 2022 que três pilotos da Honda terminaram no top 10.

Recorde de assistência em Termas de Río Hondo

• O GP da Argentina de 2025 estabeleceu um novo recorde de assistência, com 208.979 espetadores ao longo do fim de semana.

A ação não para e o Campeonato do Mundo de MotoGP ruma agora aos Estados Unidos. O Circuito das Américas, no Texas, recebe a próxima ronda do campeonato de 28 a 30 de março. Não perca!

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Álex Márquez começou a época de MotoGP em grande plano, sendo consistente na luta pelas posições cimeiras. Estará a sua primeira vitória ao virar da esquina?

O irmão, Marc (Ducati), acredita que é esse o caso. No entanto, o piloto da BK8 Gresini prefere ser cauteloso: ‘Estamos a fazer as coisas mesmo bem. Mas para alcançar a primeira vitória ou estar no top três do campeonato, precisas de fazer várias coisas de boa forma’.

Para já, Álex Márquez está confiante no trabalho que está a ser desenvolvido e nas chances que poderá ter de vencer, salientando que há que manter a trajetória:

– Estamos a fazer isso mesmo bem, temos todos os ingredientes para o fazer. Então, só precisamos de ir com calma, e se fizermos as coisas da forma correta, isso chegará. Mas sem pressa, tudo tem o seu tempo.

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Há quase um mês que Jorge Martín sofreu lesões complicadas no pulso e braço esquerdos, que o têm afastado das pistas. Ainda sem o regresso à ação previsto, o piloto da Aprilia parece estar encorajado com a recuperação.

Num vídeo partilhado no seu Instagram, o campeão do mundo de 2024 salientou que ainda não tem quaisquer certezas sobre a data de regresso, embora a aguarde com expectativa:

– Estou a trabalhar no duro para recuperar. Não sei exatamente quando estarei de volta – seguramente não será em Austin. O plano é estar no Qatar, mas nada é certo. Então, ainda não sei. Estou mesmo ansioso por me juntar outra vez à equipa, por me juntar outra vez à Aprilia, para pilotar aquela moto incrível. Então, isso é tudo o que posso dizer.

Nesta altura a recuperação está a ganhar ritmo, segundo Martín: ‘Lamento por todo o tempo que estou em falta, mas penso que estou a começar a sentir-me um pouco melhor, agora começo a treinar, a minha condição está a melhorar muito mais rapidamente do que no início da lesão, por isso espero ver-vos em pista mesmo em breve’.

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Os holofotes do MotoGP estão inevitavelmente entre os pilotos mais rápidos de cada GP mas nem a isso se resumem as corridas, com muitas a serem as batalhas disputadas também mais atrás dos lugares da frente.

Franco Morbidelli foi um dos destaques e para chegar à terceira posição travou intensas lutas com o seu colega da VR46 Racing Team, Fabio Di Giannantonio, mas também bateu o seu compatriota Pecco Bagnaia.

Habitualmente fora destas «andanças» está precisamente Bagnaia que batalhou com Johann Zarco pela quarta posição, mas o francês deparou-se depois mais na fase tardia do GP, mesmo no final, com a ultrapassagem de DiGia, com o #49 por sua vez, antes disso, também a medir forças contra a KTM de Brad Binder.

Ai Ogura foi outro dos destaques, ao terminar a corrida em oitavo – acabaria desclassificado pouco depois – mas ao arrancar da 15.º posição muitos foram os pilotos que bateu, como Pedro Acosta e Joan Mir.

E se a dupla da KTM Tech3 também lutou, a verdade é que teve sortes distintas: Raúl Fernández envolveu-se com Enea Bastianini e este acabou no chão, e embora tenha voltado à corrida a sua prestação foi desde logo afetada, e Maverick Viñales deu passos positivos na sua procura contínua pelas melhores sensações com a RC16.

Reveja mais sobre o que aconteceu aqui:

What about the scraps further down the field in Termas? Get your popcorn ready #ArgentinaGP pic.twitter.com/KOGgiFi7w6

— MotoGP (@MotoGP) March 20, 2025

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